24/05/2009

Valei-nos, Anísio Teixeira!

"Para se ter uma idéia da gravidade da situação, basta indicar que a força de trabalho no Brasil, compreendendo, em 1997, 73 milhões de pessoas, era integrada por 17% com menos de um ano de instrução ou que sequer haviam freqüentado qualquer escola. Os que tinham de um a dois anos eram 12% e os que estiveram na escola de três a quatro anos, 26%. (Ou seja, 55% com no máximo quatro anos de escola). A média geral de escolaridade da nossa força de trabalho equivalia a quatro anos, enquanto nos países desenvolvidos, 11 e 12 anos. "
(Trecho do livro: "Cidadania: O que todo cidadão precisa saber"; Antônio Paim)

Acrescente-se a isto outra pesquisa recente: 60% dos professores do Brasil não têm o hábito da leitura.

20/05/2009

O Elo Perdido

"Missing Link" Human Skull Found in Africa, Scientists Say
http://news.nationalgeographic.com/news/2006/03/0327_060327_skull.html

18/05/2009

Como vai, caro leitor?
O Brasil, ao invés de melhorar, parece pior; digo pelo aparente nível escolar e cultural das suas pessoas. Pudera, o que se esperaria de um semi-analfabeto gerindo nação tão complexa, se pessoas comumente se sentem satisfeitas com o intelecto que possuem. Votei e votarei no Cristóvão Buarque.
Agora no inverno, com o céu limpo, todos os dias se pode ver esses ovnis. Ontem, um deles, de luz intensa como a das estrelas mais brilhantes, passava devagar sobre nossas cabeças enquanto caminhávamos à noite. Logo depois, outro menos luminoso e mais veloz.
Se você, que lê, está tentando e ainda não viu nenhum, tenha paciência e continue, e colherá frutos, digo, ovnis. Periga você viciar após o primeiro.
Importa que nós precisamos de subsídio das mentes mais esclarecidas a decifrar este mistério.
Continue vigiando as estrelas nos horários apropriados e, se conseguir ver o seu primeiro, pois o primeiro é o mais difícil de se ver, ainda mais se não hover nenhum veterano para mostrar-nos, então, se vir o primeiro, conte-nos seu feito.
Um abraço.
Gicafi.

11/05/2009

Segunda-feira

Dia de branco.
A lua nasce em cada dia mais tardiamente que no anterior; início da minguante; ainda cheia.
Uma caminhada à noite a esperar o 'rising' da lua. A via-láctea em festa antes dela nascer.
Nada menos que quatro ovnis foram avistados por nós, eu e Safoman-1. Um, o primeiro, navegava lentamente, em discreto ziguezague, fazia curvas, quase parou num momento e seu movimento faz lembrar o do espermatozóide; aspecto de estrela de baixa intensidade. Os outros passaram acelerados.
Num trecho da estrada de terra senti cheiro de agrotóxico; como andaria nosso lençol freático com estes agressivos agrícolas?
Safoman-1 palpitou que eles podem estar filmando tudo enquanto eu pensava que pelo seu tamanho eles podem entrar tranqüilamente dentro de nossas casas...

10/05/2009

Lua Cheia

Ontem, lua cheia, céu limpo, saí à noite a caminhar à luz do luar e avistei um deles.
Recomendo espreitar mesmo as estrelas mais apagadas. O mais dos casos ocorre com os de luz débil.

06/05/2009

O Adeus de Teresa


A vez primeira que eu fitei Teresa,
Como as plantas que arrasta a correnteza,
A valsa nos levou nos giros seus...
E amamos juntos... E depois na sala
"Adeus" eu disse-lhe a tremer co'a fala...
E ela, corando, murmurou-me: "adeus."

Uma noite... entreabriu-se um reposteiro...
E da alcova saía um cavaleiro
Inda beijando uma mulher sem véus...
Era eu... Era a pálida Teresa!
"Adeus" lhe disse conservando-a presa...
E ela entre beijos murmurou-me: "adeus!"

Passaram tempos... sec'los de delírio
Prazeres divinais... gozos do Empíreo...
Mas um dia volvi aos lares meus.
Partindo eu disse — "Voltarei!... descansa!...
Ela, chorando mais que uma criança,
Ela em soluços murmurou-me: "adeus!"

Quando voltei... era o palácio em festa!...
E a voz d'Ela e de um homem lá na orquesta
Preenchiam de amor o azul dos céus. Entrei!...
Ela me olhou branca... surpresa!
Foi a última vez que eu vi Teresa!...
E ela arquejando murmurou-me: "adeus!"

As aventuras do Dr. Bogoloff (Lima Barreto - trecho do livro)


... Sem querer aumentei minha consideração (por usar uma cartola) e muita gente que me supunha na miséria, passou-me a tratar de forma mais atenciosa possível. Resolvi, por esse tempo, dar um plano que me trouxesse um chapéu novo, porquanto aquela cartola usada todo dia podia dar a entender que eu não tinha outro chapéu. Não convém usar muito repetidamente a cartola. No começo, faz sucesso; mas, com o correr dos dias, denuncia a miséria em que estamos.
A questão do chapéu era para mim importante e decidi-me a resolvê-la quanto antes.
Quase sempre nas minhas excursões pelas casas dos políticos, ia tomar uma garrafa de cerveja a uma pequena confeitaria situada num arrabalde. Desde a segunda vez que lá fui, o caixeiro, à falta do que fazer, pôs-se de conversa comigo. Não deixei de dar-lhe atenção e a todas as suas perguntas respondia com o máximo desenvolvimento. Gostou ele muito da minha prosa e apreciou sobremodo a minha erudição. Passei a tomar duas garrafas em vez de uma e fui estreitando a amizade que tinha com ele.
Certo dia, estava eu conversando com a minha recente amizade, quando fiz reparo que, defronte à confeitaria, havia uma chapelaria. Notei ainda que os chapéus não eram maus e, não sei bem por que, veio-me a idéia de que aquele era o estabelecimento destinado a fornecer-me o chapéu. Eu queria um chapéu bom e os meus cobres não chegavam para isso. Pensei e achei um excelente plano para obter um.
Creio que a coisa se passou numa sexta feira. Cheguei muito cedo à confeitaria e disse ao caixeiro, meu amigo:
— Tenho que dar uma festa lá em casa e preciso de doces. Fui a diversas confeitarias e não puderam aceitar-me a encomenda, pelo simples motivo de que já têm muitas. Você podia servir-me?
— Pois não, Dr.
Tinha com jeito dado a entender ao caixeiro que era doutor, mas não lhe disse o meu verdadeiro nome.
— Bem. Então você me manda preparar isso e mais cinqüenta pastéis.
O caixeiro já ia correr aos fundos para fazer a encomenda, mas eu o detive e intimei:
— E mais cinqüenta pastéis! Não se esqueça!
O amigo foi à cozinha. voltou e eu disse-lhe então:
— E mais cinqüenta pastéis! Veja bem!
— Estão encomendados.
— Logo mais, quando vier buscá-los, pagarei.
— Não há dúvida, Doutor.
Saí muito contente e entrei na chapelaria como um rei. Pedi um chapéu e o caixeiro não tardou em servir-me. Escolhi com todo o vagar, mirei-o no espelho e disse com todo o garbo:
— Quanto custa?
— Vinte e cinco mil réis.
Aprumei-me todo e disse com toda ênfase:
— Não tenho aqui o dinheiro bastante; mas não há dúvida. Deixei ali, na confeitaria, cinqüenta mil, para pagar uma conta e vou ordenar que lhe deem vinte e cinco. Venha cá!
O caixeiro seguiu-me e, ao chegarmos à porta, apontava um bonde.
— Que diabo! — disse eu. — Lá vem o bonde... Não há dúvida. Falo daqui mesmo.
E gritei para a confeitaria, chamando o caixeiro:
— Chico! Chico!
Não tardou que o meu espontâneo amigo aparecesse na porta. Eu lhe disse:
— Daqueles cinqüenta, manda vinte e cinco para o senhor, ouviu?
E apontei o empregado da chapelaria, que estava ao meu lado.
— Sim, senhor! — respondeu o Chico
O bonde chegava, despedi-me do caixeiro da chapelaria, que muito contente me oferecia o chapéu embrulhado.
Tomei o lugar no bonde e não sei do seguimento a aventura, porque nunca mais voltei por aquelas bandas, mas fiquei com o chapéu e não fui perseguido nem pelo confeiteiro nem pelo chapeleiro...

02/05/2009

Pra quê?

Ce nasceu pra quê?
Ce viveu pra quê?
Ce estudou pra quê?
Ce casou pra quê?
Ce viajou pra quê?
Ce stressou pra quê?

Hélder Mardgan